O homem, filho de Deus, criatura feita Sua imagem e semelhança, tem objetivos e finalidades naturais, vocacionais e fundamentais para a continuidade da Obra do Criador. O homem dotado em sua própria natureza humana de espírito, matéria, personalidade e mentalidade, deve nesse mundo agir buscando cada vez mais o seu aperfeiçoamento integral e contínuo, que não será apenas a benefício próprio quanto da própria sociedade em que vive. Dessa maneira, cada ser humano é único, é autêntica criação de Deus. Os materialistas grosseiros e ateus militantes negam essa verdade, infelizmente. Com o recrudescimento de uma vida cada vez mais ligada ao conforto exacerbado e aos prazeres de uma vida cômoda e de fácil acesso a tudo, o espírito de omissão, preguiça e mediocridade, advinda da vida burguesa, acabou por atrofiar cada vez mais a pessoa humana, tendo efeito latente nas últimas gerações até os dias atuais. O povo brasileiro e toda a civilização ocidental observa assim sua ruína moral, ética, e, lamentavelmente, cultural e espiritual.
O homem acabou sendo bestializado por toda uma rotina e um sistema de corrupção da psique, da forma de agir e pensar, tornando-se uma marionete dos instintos, escravizados pela luxúria; pela ganância em fazer altos lucros e riquezas, não importando os meios empregados para tal; pela cobiça e pela ostentação de riquezas ilícitas, instintos medíocres altamente estimulados pelas músicas, séries e filmes do momento; pela vaidade exacerbada a tal ponto que homens e mulheres se exibem publicamente de tal forma como se exibe uma mercadoria; e, muito antes de reconhecerem o erro através da reflexão, preferem mascarar a vaidade como “amor próprio”.
A queda e corrupção da pessoa humana não está somente ligada a sua autoescravidão aos instintos e perca do domínio de si mesmo, já é algo muito mais grave e que merece a atenção de todos àqueles que batalham pelas verdades eternas, pela Fé e pela terra nos dada por Deus, para aqui podermos alicerçar os pilares de um lar digno e frutífero. A crise no mundo moderno se identifica por toda a bestialização já citada, e por percebermos que a corrupção está desde o homem comum até aqueles que ocupam os espaços de poder. Todos querem levar vantagem e saírem por cima uns dos outros, não importando o efeito desastroso que isso traga para as pessoas honestas e para a própria mentalidade coletiva de um povo. Um povo, uma nação, quando enxerga que ser honesto é ser inocente, idiota; que ser bom é ser tolo; que ser viril é ser tóxico; que ser viril é ter masculinidade frágil; que ser paterno é ser autoritário; que ser educado é ser boçal. É claro e evidente, que esse povo está doente.
Frente a um panorama tão degradante no qual o cidadão de bem chega a ser mau visto quando expressa sua opinião frente a uma “elite” de homens desfibrados e mulheres que se desvalorizam, o homem e a mulher de bem silenciam e o pior acontece: as más influências e opiniões tomam conta de tudo ao nosso redor, e ao ligarmos nossos meios de comunicações para nos atualizarmos, vemos um país no qual o crime e a prostituição compensam mais que o trabalho honesto; onde os governantes não têm currículo e serviços bem prestados à nação, mas sim ficha corrida na polícia e uma infinidade de escândalos de corrupção e crimes de lesa-pátria; onde até mesmo aqueles que se declaram patriotas preferem fugir do país e utilizar-se do carinho do povo para benéfico próprio; e, assim, diante de tanta miséria e animalização da pessoa humana, os cidadãos de bem perdem relativamente suas esperanças e silenciam por completo enquanto são esmagados por um sistema e uma mentalidade corruptora e por ideologias que mutilam, esfacelam e esmagam, a vida e a dignidade humana.
Esse sistema cruel, desumano, opositor ferrenho de Deus e da Fé, moedor de homens, está a cada dia buscando tornar a criatura humana, obra de Deus, moldada por Suas mãos divinas e iluminada por Sua luz sagrada, em uma simples, deformada e brutalizada caricatura. Sendo assim, é fundamental para o verdadeiro progresso da humanidade que o homem retorne para o Seu Criador, que é Deus, e que em Deus, busque sua reconstrução e conversão através da ordem espiritual (Fé) e mental (psicológica), objetivando o destino harmônico e sadio para a nação em que vive e para toda a civilização cristã tendo como fim e objetivo voltar Àquele que o criou, para o Pai, para Deus.
Autor: Carlos Ribeiro, colunista e correspondente da Nova Acção no Ceará.